São Paulo é considerada uma das capitais mundiais da pizza. São 4.500 estabelecimentos espalhados pela cidade, que servem cerca de 1 milhão de redondas por dia, segundo dados do São Paulo Convention & Visitors Bureau. Mesmo assim, o paulistano ainda encontra uma certa dificuldade para comer uma boa pizza fora do tradicional horário do jantar. Há algumas pizzarias que estão começando a se arriscar também na hora do almoço, como a Napoli Centrale, no Mercado Municipal de Pinheiros. Dá para comer pizza a qualquer hora em algumas padarias ou no Aeroporto de Guarulhos.
Os irmãos Emerson e Ederson Maccari irão abrir na próxima segunda-feira a Al Capizza, misturando o nome da comida favorita dos paulistanos e de um mafioso famoso, Al Capone. “Fizemos essa brincadeira porque o mafioso sabe comer bem”, explica Emerson. “Ele sabe onde encontrar uma comida de qualidade. E se não gostar manda ‘apagar’ o cozinheiro”. A novidade ocupa uma das esquinas da Henrique Schaumann com a Arthur de Azevedo, em Pinheiros, na zona oeste. O carro-chefe da casa serão as 10 pizzas premium que carregarão nomes de famílias mafiosas famosas.
Ederson comanda há 17 anos a rede de pizzarias Don Corleone, outra homenagem a um mafioso. São quatro lojas nas cidades catarinenses de Blumenau (a primeira), Itajaí, Gaspar e Indaial. Professor universitário na Uninove, em São Paulo, o irmão Emerson resolveu entrar junto no concorridíssimo mercado das pizzas paulistano. O projeto foi desenvolvido ao longo do último ano, mas a ideia é bem mais antiga: “Nós estamos estudando o mercado paulistano desde 2005″, conta Emerson. “Procuramos entender do que o consumidor daqui ainda sente falta e do que ele mais gosta”. O investimento chega a 1,5 milhão de reais.
A experiência de quase duas décadas em Santa Catarina irá oferecer alguns diferenciais ao empreendimento, garante Emerson. “Lá, usamos uma tecnologia italiana no preparo da pizza e na própria forma de delivery. Nosso forno é feito de pallets, o que, além de ser mais sustentável, ainda evita o acúmulo de fuligem ou mesmo que a pizza queime”, conta o “professor que virou empresário”, como ele próprio se define. A Al Capizza funcionará apenas no sistema de delivery ou de retirada no balcão.
Para Karyna Muniz, consultora do Sebrae em São Paulo, a opção por investir em tecnologia é bastante elogiável, mas é preciso tomar cuidado com os custos de se manter um ponto em uma das regiões mais cobiçadas da cidade: “Por mais que haja uma retração no mercado imobiliário, ainda é muito caro. Se houvesse um serviço de atendimento na casa, acharia ótimo. Mas restringir ao delivery pode não justificar tanto investimento. Além disso, a região tem muitos prédios comerciais enquanto o público-alvo de um delivery sempre é o residencial”, alerta.
O comando ficará com o gerente de operações César Biancolino, há 10 anos dedicado ao ramo das pizzarias. A partir desta segunda-feira, dia 23 de janeiro, a casa abrirá as portas no regime de soft opening, ou seja, uma pré-abertura para que tudo esteja funcionando bem no dia 13 de fevereiro, data da inauguração oficial. A primeira casa fará entregas inicialmente num raio de 3 quilômetros, atendendo os bairros de Pinheiros, Perdizes, Vila Madalena e Jardins.